Maricá/RJ,

Editorial

Junho de 2008

Editorial




A pesquisa “Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional” (INAF), realizada pelo IBOPE e divulgada no início de 2008, acionou definitiva e urgentemente, o alarme que apontou a capacidade de leitura e escrita da população brasileira identificando que apenas 26% dos brasileiros acima de 15 anos têm domínio pleno das habilidades de leitura e escrita.
A pesquisa confirma que, em raríssimas exceções, as práticas e programas de promoção da leitura, para as crianças e jovens brasileiros, não estão dando certo. Isto, porque, tais práticas e programas precisam passar, inicialmente, pelo educador, pelo professor, num contínuo processo de formação e de experiências pessoais com a leitura e a literatura. Somente, quando envolvido e apaixonado pelo LIVRO e pela LEITURA, o professor conseguirá mobilizar seus educandos.
O envolvimento radical e urgente das instituições de ensino, em todos os níveis, é fundamental para a mudança deste quadro. Mas são fundamentais, também, o apoio, o patrocínio e o investimento privado às iniciativas que promovam ações voltadas para o LIVRO, ações que criem ambientes de letramento, que envolvam as crianças, os jovens e os adultos, na escola ou não, em projetos de fomento à leitura (a maior oferta de livros, jornais e revistas; a criação de Clubes de Leitura e Bibliotecas; incentivo para maior freqüência aos teatros, cinemas ou salas de espetáculos; a reunião de pessoas com diferentes interesses, para leitura de textos, etc.)
O acesso à leitura é direito de todos e somos responsáveis por medidas, atitudes, ações que beneficiem a sociedade brasileira, que alcancem ampla e concretamente os objetivos dos programas já criados e/ou que se criem outros voltados, verdadeiramente, para a valorização do LIVRO e o envolvimento definitivo dos agentes e dos sujeitos destas questões.
Que os governantes entendam, definitivamente, que são o LIVRO e a LEITURA, os grandes agentes da mudança da nossa sociedade – o parágrafo que falta nos discursos sobre VIOLÊNCIA e PAZ.
Que os empresários se sensibilizem e acreditem que, sem leitura, dentro de pouquíssimo tempo, suas empresas terão que parar por falta de pessoal capacitado, por falta de profissionais bem formados, com habilitação integral. Porque a leitura permite que o homem se torne um homem integral.
Neste momento, em meados de 2008, temos o depoimento (de uma professora) de que numa escola pública (Escola Estadual Inoã), num Município com mais de 100 mil habitantes, em acelerado crescimento - que não possui cinema, teatro ou casa de espetáculos (Maricá/ Rio de Janeiro/Brasil), o 1º número (quase experimental) de um jornal de 4 páginas (Kilombo Cultural), foi utilizado em salas de aulas, como ferramenta de pesquisa, como instrumental para incentivo à leitura e ao trabalho com textos, apresentando aos alunos o grande Machado de Assis e aproximando-os da POESIA.
Poderíamos acreditar que nem tudo está perdido?

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