Leituras

Colaborou com “A Província de São Paulo”, onde escreveu artigos violentos contra o governo; com “O Estado”, onde publicou artigos sobre a derrota do General Moreira César nos sertões da Bahia, na luta entre as forças regulares e os sertanejos de Antonio Conselheiro. Foram estes artigos que deram origem ao convite do jornal para que acompanhasse o Ministro da Guerra ao sertão. E foi a cobertura jornalística remetida ao jornal, que deu origem a sua obra mais famosa: “Os Sertões” - escrita quando de seu retorno aos seus afazeres de engenheiro. Em 1904, partiu para o Amazonas, onde permaneceu durante o ano de 1905, chefiando missão demarcadora de fronteiras. Viagem que resultou, também, em páginas definitivas sobre aquela , ainda, tão desconhecida e agressiva região brasileira. Inconformado, com sua situação no Ministério pensava em novas missões na Amazônia para fugir à civilização. Escapulia dos salões para as bibliotecas e passava a maior parte de seu tempo livre em casa. Irritadiço, incomodava-se com a algazarra dos moços e moças da vizinhança que se reuniam em sua casa, perturbando sua concentração. Certa vez expulsara dois estudantes da Escola Militar, Dilermando e Dinorá Reis, amigos de seu filho mais velho. Após seus pedidos de desculpas, os irmãos voltaram a ser os visitantes mais assíduos de sua casa. Em 14 de julho de 1909 foi nomeado Professor de Lógica, para o Ginásio Nacional, entretanto, já sofria séria crise pulmonar: era a tuberculose armazenada durante anos, que explodia e passava por séria crise familiar, que também explodiria em seguida. Em 15 de agosto de 1909, em meio às cenas dramáticas que desenharam o triângulo amoroso formado por Euclides, Ana e Dilermando, morreu tragicamente. Dilermando atirou e Euclides caiu no jardim da casa 214, na Estrada Real de Santa Cruz. Euclides deixou uma obra pequena, numericamente, mas incrivelmente densa.
Fontes: Grandes Personagens da Nossa História, nº 48, Abril Cultural, SP., 1970; Livreto “Homenagem da Prefeitura Municipal de Cantagalo e da Casa de Euclides da Cunha – 80º aniversário da publicação de “Os Sertões”, RJ., 1882 ; LAURIA, Marcio José. Ensaios Euclidianos. Coleção Atualidade Crítica nº 10, Ed. Presença, RJ., 1987
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