Maricá/RJ,

Editorial

Maio de 2008
Editorial


Criar e/ou produzir cultura é sempre instigante e desafiador. A par do intenso trabalho que acarretam, ao mesmo tempo trazem inegável prazer.

Mas qual é, basicamente, este “intenso trabalho”?

Para o CRIADOR, seja ele escritor, músico, cineasta, dramaturgo, inventor de atividades tais como, shows, feiras, recitais, jornais, congressos, etc., dar conta deste “intenso trabalho”, dentre outras coisas, é realizar “aquele” projeto cultural especial, diferenciado – que, na mais das vezes, é seu projeto de VIDA – é dar conta, ao mesmo tempo, de seu discurso pessoal, de sua linguagem, de modo a dividir com seu semelhante (ou diverso), com sua comunidade (ou sua aldeia), com seu povo (ou o mundo todo), sua Arte, sua Filosofia, sua Teoria, seu Invento. Em suma, sua Criação.

Para o PRODUTOR, pode ser, dentre outras coisas, transpor os entraves impostos pelas rígidas estruturas do sistema; enfrentar o desafio da escassez de público para atividades do gênero; conhecer as regras de mercado; desvendar as filigranas das chamadas “políticas culturais” vigentes; criar mecanismos eficientes para levar a público, de modo enriquecido, a criação cultural que ocorre a sua volta e do qual é cúmplice e testemunha.

Isto, porque, o “meio” a “ferramenta”, deverão servir à idéia engendrada, ao pensamento produzido, à emoção gerada – que, por sua vez, deverão suprir as necessidades de uma coletividade, deverão reintegrar o homem, em sua humanidade total.

E há um momento em que estas duas posições se misturam e se confundem.
Sem contar que, ambos – criadores e produtores - lidam amplamente, com as exigências ou dessemelhanças do coletivo humano que geram ou avolumam a competitividade ou a competição, num meio, aliás, bastante propício a isso, num meio de egos exacerbados, onde os verdadeiros objetivos da Cultura, muitas vezes, acabam relegados ao segundo plano.

Ao final de tudo isso ou acima disso tudo, deverão pairar propósitos transparentes, éticos, que valorizem a criação ou a produção da Cultura; que sejam autênticos formadores de opinião; mensageiros de uma rica herança cultural a ser transmitida às próximas gerações – tal a nossa responsabilidade com elas.

Kilombo Cultural – o Jornal, surge neste Universo, neste “meio de cultura” repleto de vivos organismos pensantes, dispostos, leais, rigorosamente comprometidos.
Queremos deixar claro que Kilombo Cultural não é um jornal temático, segmentado, nem está levantando bandeiras de quaisquer movimentos. Trata-se de uma publicação cultural. Seu nome se deve à apropriação mais ampla possível do significado da palavra – como um espaço de resistência – e pelo fato, simples, de haver surgido a partir de uma reunião de amigos, parceiros, no Kilombola Caffè que, inegavelmente, vem se transformando numa referência em nossa Cidade.
Inauguramos, hoje, um novo reflexo de ações bem planejadas, para espelhar uma forma madura de lidar com a Cultura em nossa Cidade. Espelho este, onde vemos refletidos nossos sonhos, nossas propostas, nossos rostos de cidadãos responsáveis.

Boa leitura!

0 deixe seu comentário aqui:

Comentários recentes

Notícias

  © Template 'Kilombo Cultural' by Patrícia Custódio

Back to TOP