Maricá/RJ,

Começa hoje, a 5º edição do Festival da Mulher Afro Latina Americana e Caribenha



Brasília receberá entre os dias 23 e 29 de julho, a 5ª edição do Festival da Mulher Afro Latina Americana e Caribenha. O evento reunirá artistas, gestores públicos, pesquisadoras negras e jornalistas para discutir temas, como: desigualdades de gênero e raça no mercado de trabalho, previdência social, trabalho doméstico, linhas de crédito, incentivos ao afro-negócio, trabalhadoras do campo, ações afirmativas, saúde, e educação. 
O objetivo do Afrolatinidades 2012 é fomentar o interesse de universidades, coletivos, redes sociais, representantes da América Latina e do Caribe e movimentos em torno do debate sobre juventude negra. A escolha do tema vem da necessidade de discutir os desafios enfrentados por esta parcela vulnerabilizada da sociedade que constitui a principal vítima da violência urbana. 
A programação acontecerá no Complexo Cultural da República e será distribuída por vários locais do Distrito Federal, como Varjão, Paranoá, Itapuã, Cidade Ocidental, Presídio Feminino Colméia, além de uma ação que acontecerá em São Paulo. Além dos painéis, o Festival tem uma agenda cultural diversificada, que inclui shows musicais de artistas como Ellen Oléria, Paula Lima, GOG, Ilê Ayiê, Gaby Amarantos, Yusa e uma feira de cultura e comércio de produtos étnicos. 
Latinidades – O projeto foi pensado como forma de dar visibilidade ao histórico de lutas e resistência da mulher negra na América Latina e trazer temas relacionados ao machismo, racismo, sexismo, superação de desigualdades com recorte de gênero e raça. 
Segundo a Amostragem de Percentual Étnico-Racial, promovida pela Companhia de Planejamento (Codeplan), 1,3 milhão de brasilienses compõem a população negra do Distrito Federal. Para a jornalista e produtora do evento Jaqueline Fernandes, o racismo, machismo e a segregação racial existentes na capital federal limitam as oportunidades e tiram a dignidade da população negra. “Uma grande parte das pessoas aqui acreditam que só tem preto e preta na Bahia. A segregação racial está posta: a população negra não está no centro, se concentra majoritariamente nas regiões periféricas do DF”, afirma. “Quando criamos o Festival, quisemos dar visibilidade à população negra e a necessidade de políticas públicas de gênero e raça”. 
Ao todo serão cinco dias de debates, lançamentos literários, apresentações artísticas, encontros, arte, empreendedorismo, intercâmbios de experiências e trajetórias e a celebração da parceria estabelecida entre Griô Produções e Instituto Feira Preta que traz, pela primeira vez em Brasília, o comércio de produtos étnicos, a Feira Preta. “Quem vier vai encontrar muita diversidade, gente de todas as idades e raças, mas o protagonismo é nosso: mulheres e jovens negras”, ressalta. 
Para as próximas edições, a intenção é criar uma grande rede de Afrolatinas e fazer o Festival circular mais e abranger outros países. “Buscamos ser uma célula na luta por políticas públicas para a população negra, ainda mais diante de tudo o que tem a ser conquistado e mobilizado pela igualdade de gênero e raça no Brasil”, afirma Jaqueline. 
25 de junho – Desde 1992, foi instituído 25 de julho como o Dia Internacional da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha. Nesta data, foi realizado o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingos, na República Dominicana. É um dia para ampliar parcerias, dar visibilidade à luta, às ações, promoção, valorização e debate sobre a identidade em todo o continente. O evento é realizado em torno do dia 25 com o objetivo de tornar a data uma referência para as mulheres negras. 
Para o presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araujo, é um encontro que já ganhou tradição e muito aguardado pela comunidade negra brasileira. “ É a mulher se reafirmando, conquistando espaço e encontrando o apoio de toda a sociedade. A Fundação Cultural Palmares ao apoiar este evento cumpre a sua missão institucional”, destaca. 
Verônica Nairobi, representante da FCP em Bahia/Sergipe, é uma das convidadas para compor a mesa de debates sobre cultura e acredita que esta é uma oportunidade única de estimular, discutir e promover reflexões sobre a situação política e social da mulher negra a fim de combater o racismo e o sexismo em âmbito internacional. “Essa ação é de extrema importância para a valorização de mulheres jovens, gestoras, membros de movimentos sociais e negros como referências de igualdade na sociedade”, ressalta. 

Serviço
O que: 5º edição do Festival da Mulher Afro Latina Americana e Caribenha
Onde: Complexo Cultural da República – Brasília
Quando: 23 e 29 de julho
Contato: www.afrolatinas.com.br / grioproducoes@gmail.com / latinidades2012@grioproducoes.com ou ainda pelo telefone (61) 32336230
Entrada franca

Fonte: Denise Porfírio

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